“The Golazo Show”: A Nova Dimensão da Liga dos Campeões da UEFA

Nico Cantor, o carismático apresentador do “The Golazo Show”, reinventa a forma de assistir à UEFA Champions League. Para ele, cada golo é como um carimbo de passaporte e cada jornada um curso intensivo de curiosidades mundiais. Na condução desta transmissão dinâmica, que interliga os jogos mais caóticos da Europa, Cantor não se limita a acompanhar a ação; ele eleva-a a um novo patamar.

Com cada golo, ele partilha uma pepita cultural ou uma joia histórica, tornando o espectador mais informado sem abrandar o ritmo. No final de cada jornada, saberá não só quem marcou em cada jogo, mas também porque um golo em Almaty, a maior cidade do Cazaquistão (que está mais perto da Grande Muralha da China do que do Palácio de Buckingham, foi uma paragem importante na Rota da Seda, é uma cidade louca por futebol e onde as temperaturas descem muito abaixo de zero), pode ser tão significativo quanto um em Madrid. Até às fases mais avançadas da competição, o “The Golazo Show” move-se a uma velocidade vertiginosa com uma promessa simples: nenhum golo passa despercebido, seja na Liga dos Campeões, na Liga Europa ou na Liga Conferência. Esta experiência fluida para o espectador é, no entanto, imprevisível para Cantor e a equipa de produção, que são essenciais para a criação do programa. Nas fases iniciais, por exemplo, um golo pode vir acompanhado de uma curiosidade sobre o local de nascimento de Audrey Hepburn em Bruxelas, um detalhe que surpreendentemente adiciona valor.

Cantor descreve o programa como “muito maleável, tanto no início quanto no fim, adaptando-se a tudo o que acontece no meio, que pode ser desde uma loucura de golos até um espetáculo bastante aborrecido com muitas pausas.” Mesmo nos dias de maior intensidade, Cantor encontra sempre tempo para contextualizar o cenário cada vez que a transmissão muda para um novo estádio, antecipando um novo golo. “Estando no continente europeu, acho que seria um desserviço não explorarmos a sua história, porque não se trata apenas de futebol,” explica ele. “Estamos a saltar de um lado para o outro, então, em vez de apenas mudar de um jogo de futebol para outro, vamos entender exatamente para onde estamos a ir.”

Como “pilotar a Enterprise”

Na sua sexta temporada a apresentar o “The Golazo Show”, Cantor admite que não existe um dia típico; o ritmo do programa é quase inteiramente ditado pelo desempenho das equipas agendadas. A equipa de produção, contudo, já encontrou um ritmo após anos de trabalho conjunto, embora a preparação para um programa tão imprevisível seja um processo que dura vários dias.

“Estou em comunicação constante com o meu estatístico e a equipa de produção ao longo do dia,” revela Cantor. “Quando me sento, revisito os onzes iniciais com a nossa equipa de estatística e pesquisa, e depois passamos pelos movimentos da introdução do programa, saltando pelos vários campos, e então, depois, estamos prontos. Vamos para o nosso jogo principal e depois esperamos e reagimos. É tudo no momento. Fazemos toda a preparação desde o fim de semana anterior para nos sentarmos na cadeira neste momento e, quando começamos, vamos com tudo. Deixamos que a energia nos leve um pouco.”

Enquanto o “The Golazo Show” oferece a forma mais fácil para os espectadores acompanharem a ação, é necessária uma equipa transatlântica para seguir os golos à medida que acontecem – uma tarefa monumental durante a fase de grupos, com até 18 jogos por semana. Cantor elogia a sua equipa de produção sediada em Londres, descrevendo-a como “incrível” e “muito focada e perspicaz.” Ele compara a sua coordenação a “pessoas a pilotar a Enterprise,” sublinhando o ambiente intenso e colaborativo na sala de controlo.

O que têm em comum Audrey Hepburn, Giorgio Armani e a Rota da Seda?

“The Golazo Show” é a maneira perfeita de acompanhar um dia movimentado da Liga dos Campeões, mas a especialidade de Cantor reside em adicionar contexto à ação em tempo real. As suas notas diárias incluem as informações que se esperariam de um comentador – jogadores-chave de cada equipa, forma recente, entre outros – mas ele mistura-as com curiosidades que tornam o programa numa experiência única. Referências às capitais do Império Romano combinam-se com informações sobre os locais de nascimento de Audrey Hepburn e Giorgio Armani, permitindo a Cantor contar de forma singular a história de cada temporada da Liga dos Campeões.

Este autoproclamado “caçador de cultura” distribui cuidadosamente as suas curiosidades, com a mesma intencionalidade na sua utilização que na sua pesquisa. “Só comecei a ser mais arrojado com as minhas curiosidades há talvez duas temporadas,” disse ele. “Assim que realmente dominei a preparação e pude dedicar tempo a aprofundar as minhas investigações, comecei a adicionar as curiosidades e elas tornam-se mais peculiares à medida que a temporada avança, porque na fase de grupos há tanta ação a acontecer ao mesmo tempo que não temos tempo para nos aprofundar, e não as uso todas. Tenho todas estas prontas para usar, mas tento não as desperdiçar todas na fase de grupos, porque não quero usá-las apenas por usar. Tento tecê-las no programa e dar-lhes um pouco de significado.”

As curiosidades evoluem com a temporada, refletindo a dificuldade das equipas em avançar de uma ronda para a seguinte. “A razão pela qual se tornam um pouco mais peculiares no final da temporada é porque estamos muito mais familiarizados com estas equipas, mesmo que sejam novas,” explica Cantor. “Passamos uma temporada inteira a mergulhar nas culturas destes clubes – quem são, o que significam – e tento fazer um bom trabalho nisso, para pintar o quadro no início da temporada, para entender as nuances de cada clube e o que significa para eles estarem na Liga dos Campeões, para que ressoe na transmissão se houver uma surpresa ou um jogador marcar um golo realmente importante que, para nós, possa parecer um golo aleatório numa noite da Liga dos Campeões.”

“Faço muita desta pesquisa para estar à altura do momento, mas às vezes apanho-me a entrar em ‘túneis de coelho’ sobre a cidade onde estão e quando foi a última vez que estiveram na Liga dos Campeões, ou quanto o futebol é consumido nesse país, e aprendemos muito no processo de preparação.”

O facto de a fase de grupos ter oito jogos permite a Cantor partilhar as suas pérolas de conhecimento mesmo sobre equipas que talvez não cheguem às fases eliminatórias. Isso pode incluir estreantes na Liga dos Campeões como o Pafos de Chipre e o Kairat do Cazaquistão. Cantor possui um vasto leque de informações para ambos – cobriu o Pafos na sua campanha na Liga Conferência da UEFA no ano passado e a cidade natal do Kairat, Almaty, acolheu o Astana, outra equipa cazaque, na Liga Conferência da temporada passada. Contudo, há um detalhe que Cantor tem de considerar.

“O meu único receio… é que, por ser tão a leste, duvido que algum dos jogos em casa do Kairat vá aparecer no `The Golazo Show`,” admitiu Cantor, confirmando a situação. O Kairat jogará todos os seus jogos em casa antes do horário habitual das 15h00 ET do “The Golazo Show”, incluindo um pontapé de saída excecionalmente cedo, às 10h30 ET, na jornada 6 contra o Olympiacos em dezembro. No entanto, nenhuma boa curiosidade será esquecida, e Cantor poderá ter algo pronto a tempo para esta semana. “Acho que vou conseguir partilhar algo na jornada 1 contra o Sporting, sobre a distância que eles percorreram,” observou. “A viagem mais longa na história das competições europeias, o FC Kairat viajará de Almaty, Cazaquistão – a cidade mais a leste a ter uma equipa numa competição europeia – até Lisboa, Portugal, para defrontar o Sporting CP. São 4.291 milhas… e isso será na jornada 1. Será a viagem mais distante.”

Calendário da Jornada 1 da Liga dos Campeões