George Russell declarou que não tem “nenhum ressentimento” em relação à especulação que associa Max Verstappen à Mercedes e que não tem “pressa” nas suas próprias negociações de contrato para permanecer na equipa.
Nem Russell nem o seu colega de equipa Kimi Antonelli foram confirmados para manter os seus lugares na Mercedes em 2026. No início deste ano, circulou a especulação de que Verstappen poderia fazer uma surpreendente mudança para a Mercedes após um início de temporada dececionante por parte da Red Bull.
Desde então, a Red Bull melhorou e aproximou-se da McLaren. Verstappen somou à sua vitória em Suzuka mais um triunfo em Imola, mas continua em terceiro lugar no Campeonato de Pilotos, a 43 pontos do líder Oscar Piastri.
No ano passado, o chefe da Mercedes, Toto Wolff, tentou publicamente contratar Verstappen. No entanto, em março, disse à Sky Sports F1 que uma transferência chocante para o atual campeão mundial “não estava no radar”.
A Sky Sports News entende que Verstappen tem uma cláusula no seu contrato que lhe permitiria deixar a Red Bull após esta época, no cenário improvável de não estar entre os quatro primeiros do Campeonato de Pilotos no início das férias de verão da F1, após o Grande Prémio da Hungria, a 3 de agosto.
Verstappen está atualmente 41 pontos à frente de Charles Leclerc, que está em quinto lugar, com Russell na quarta posição na classificação.
Após a sua vitória no Grande Prémio do Canadá, Russell comentou: “Não houve ressentimentos com nenhuma das conversas que têm circulado, especialmente em torno do Max.”
“Como disse inúmeras vezes, porque é que as equipas não estariam interessadas no Max? Se todos os pilotos estivessem sem contrato para o próximo ano, o Max seria a escolha número 1 para todas as equipas. E isso é compreensível.”
“Mas, em última análise, cada equipa de corrida tem dois lugares. Eu sabia que se continuasse a ter o desempenho que estou a ter, a minha posição não estaria ameaçada de forma alguma. Portanto, sinto-me bem.”
Russell: Não estou a falar com outras equipas de F1
Na segunda-feira, a Autosport noticiou que Russell teria sido alvo da Aston Martin para liderar a equipa a partir de 2026, apesar de Fernando Alonso e Lance Stroll já terem contrato para a próxima temporada.
Falando antes de essa notícia ser divulgada, Russell reiterou a sua intenção de permanecer na Mercedes.
“Não estou a falar com mais ninguém nem com nenhuma equipa que tenha mostrado interesse”, disse ele.
“Fui bastante claro ao dizer que as minhas intenções são ficar na Mercedes. Isso sempre foi evidente. E sou leal à Mercedes. Eles deram-me esta oportunidade de entrar na Fórmula 1.”
Russell acrescentou: “Não temos pressa em fazer negociações de contrato. Queremos ganhar juntos, especialmente agora que o Kimi e eu somos colegas de equipa. Obtivemos um resultado como o do Canadá, ambos pilotos juniores da Mercedes. Ambos estamos a fazer o nosso trabalho em termos de desempenho. Porque é que quereriam mudar algo que está a funcionar?”
Wolff: Contrato de Russell `dentro do plano`
Russell juntou-se à Mercedes vindo da Williams em 2022 e estabeleceu-se como o piloto principal da equipa após a saída de Lewis Hamilton no final do ano passado.
O piloto de 27 anos marcou apenas menos dois pontos que Hamilton nas três épocas em que foram colegas de equipa e teve, sem dúvida, vantagem sobre o sete vezes campeão mundial na sua última temporada juntos.
Ele manteve esta forma sólida este ano com quatro pódios e garantiu a primeira vitória da Mercedes desde 2022 no recente Grande Prémio do Canadá.
“Ele está connosco há muito tempo”, disse o chefe de equipa da Mercedes, Wolff.
“Ele está a crescer e os passos que deu desde aquele jovem piloto na Williams, depois vindo para a Mercedes num momento difícil, estando a par com o Lewis, e desde que o Lewis saiu, sendo claramente o piloto sénior na equipa – isso é natural.”
“Não há política envolvida. Ele simplesmente ocupou o lugar que merece.”
“O ambiente na equipa é ótimo, e concordámos num tipo de cronograma para resolver estas questões.”
“Com as triplas jornadas a ficarem para trás, e uma corrida após a outra em junho e julho, chegaremos lá.”
“Ele é um piloto júnior da Mercedes desde 2016. Isso não depende de ele ganhar uma corrida ou ter um bom desempenho porque sabemos que ele é capaz.”
Questionado pela Sky Sports News na estreia do filme de F1 sobre um novo contrato para Russell, Wolff concluiu: “Está tudo dentro do plano.”
Brundle sobre o desempenho `perfeito` de Russell no Canadá e o seu futuro
Martin Brundle, da Sky Sports F1:
“O Canadá foi a performance perfeita do George. Pole position, volta mais rápida, vitória na corrida – praticamente sem problemas.”
“Quando o George está na frente assim, não se questiona como ele vai lidar com a pressão. Nem sequer se pensa nisso.”
“Sabe-se que ele não vai bloquear os travões ou cometer um erro estúpido. Ele está focado, tem a velocidade, a consistência, a autoconfiança, e isso ficou claro novamente no Canadá.”
“Vimos no ano passado que ele praticamente ganhou vantagem sobre o Lewis. Ele floresceu como líder de equipa. Está fora da sombra do Lewis – a quem ainda se refere respeitosamente como `o GOAT` – e diz que `aprendeu com o Lewis`.”
Brundle sobre porque a Mercedes ainda não acordou um novo contrato com Russell:
“O antigo chefe da McLaren, Ron Dennis, costumava dizer: `qual é o sentido de tomar uma decisão cedo se tens vantagem numa posição contratual?` É um pouco como aterrar com muita pista atrás de si. Não lhe serve de nada.”
“Suspeito que eles acham que isso o está a motivar. Talvez pensem: `O George está a ir bem neste ambiente, não vamos desperdiçar a vantagem`.”
