Antes do Grande Prémio de Espanha de 2025, a Fórmula 1 introduzirá testes mais rigorosos à flexibilidade das asas dianteiras, uma mudança que gerou debate entre os pilotos e equipas sobre o seu potencial impacto no equilíbrio competitivo.
Oscar Piastri da McLaren, que lidera atualmente o campeonato, minimizou o alarido em torno da alteração, considerando-o “exagerado”. Apesar de a McLaren ser uma das equipas suspeitas de ter explorado a flexibilidade das asas, Piastri afirmou que a equipa está confiante de que essa não é a sua principal vantagem. A McLaren tem dominado as corridas recentes, vencendo seis das oito até agora.
Max Verstappen da Red Bull, que segue a 25 pontos de Piastri na classificação, também não espera mudanças drásticas na hierarquia das equipas. Ele sugeriu que as equipas conseguirão adaptar as configurações dos seus carros para compensar a menor flexibilidade da asa. Para Verstappen, o foco principal da Red Bull continua a ser melhorar o seu próprio monolugar.
A perspetiva na Ferrari é diferente. O chefe da equipa, Frederic Vasseur, já descreveu as novas verificações como um potencial “divisor de águas”. O piloto da Ferrari, Charles Leclerc, antecipa que a mudança afetará o equilíbrio do carro, mas partilha da opinião de que não deverá alterar radicalmente quem é a equipa mais rápida. Ele acredita que as perdas de desempenho devido à asa menos flexível podem ser mitigadas com outras afinações. O seu colega de equipa, Carlos Sainz, concorda, prevendo um impacto mínimo, possivelmente na ordem de um décimo de segundo por volta, dada a preparação das equipas nos simuladores.
Lewis Hamilton da Mercedes admitiu ter “zero ideias” sobre qual equipa poderá ser mais prejudicada pelos novos testes. Ele referiu que a flexibilidade das asas tem sido uma forma de contornar desafios de design para gerar a força descendente necessária, especialmente a baixas velocidades. Hamilton espera que a mudança modifique o comportamento do carro, com mais força descendente a alta velocidade e menos a baixa, e está curioso para ver como isso afetará a Mercedes.
Do lado da Williams, Alex Albon acredita que a alteração regulamentar os beneficia, uma vez que a sua equipa não explorava a flexibilidade da mesma forma que outras. No entanto, ele antecipa que o circuito de Barcelona, pelas suas características, não favorece o Williams, pelo que podem apresentar um desempenho abaixo do esperado, mas por razões não relacionadas com as asas flexíveis.
Regulamentos da FIA sobre a Flexibilidade das Asas
Os regulamentos atualizados da FIA impõem limites mais estritos à deflexão das asas dianteiras. Sob carga simétrica, a deflexão vertical não pode exceder 10 mm. Uma carga pontual de 60N aplicada na borda de fuga não deve causar uma deflexão superior a 3 mm nessa área. O incumprimento destas regras já levou a desqualificações no passado, como aconteceu com Daniel Ricciardo e Sebastian Vettel da Red Bull na qualificação do GP de Abu Dhabi de 2014.
Em suma, embora alguns na Ferrari vejam um potencial “reset” com estas novas regras, a maioria dos pilotos parece esperar um impacto limitado na hierarquia geral, antecipando que as equipas conseguirão adaptar-se e otimizar os seus monolugares em resposta às verificações mais rigorosas.