Nico Rosberg admitiu que foi “difícil assistir” a Lewis Hamilton tão cabisbaixo após o dececionante Grande Prémio de Espanha do seu ex-colega de equipa.
Hamilton confessou que não “sabia o que dizer” na sua entrevista após a corrida de domingo, descrevendo a tarde no Circuito de Barcelona-Catalunha como “terrível”, onde terminou em sexto.
Apesar de ter visado o primeiro pódio da sua carreira na Ferrari após qualificar-se num promissor quinto lugar (o melhor da temporada), Hamilton ultrapassou o ex-colega da Mercedes, George Russell, no arranque, mas rapidamente teve dificuldades com a falta de aderência do seu carro.
Durante a corrida, a Ferrari pediu-lhe para deixar Charles Leclerc passar no primeiro stint, foi superado por Russell na segunda ronda de paragens nas boxes e depois foi ultrapassado por Nico Hülkenberg da Sauber após a entrada do Safety Car no final da corrida.
Rosberg comentou após ver a entrevista pós-corrida de Hamilton: “É difícil assistir.”
“Domingo foi um dia horrível para ele porque estava simplesmente lento, o que é muito incomum,” disse Rosberg.
“Sim, por vezes esteve um pouco abaixo na qualificação, mas nas corridas costuma ser realmente incrível, e a corrida foi chocantemente má.”
“Ele também não tem respostas. Havia danos no piso? Estes pisos são tão sensíveis e pode haver sempre um pequeno dano que te faz perder muito tempo. Ou o que se passava?”
“Quando não tens respostas, é realmente difícil como piloto, e depois vês o teu colega de equipa chegar ao terceiro lugar no pódio. À luz de toda a temporada que teve até agora, é uma situação muito sombria.”
Embora Hamilton tenha sugerido que as suas dificuldades em Espanha foram “provavelmente apenas eu”, o chefe da equipa Ferrari, Frederic Vasseur, revelou mais tarde que “tivemos um problema no carro no último stint, antes do Safety Car”. O francês não deu detalhes sobre qual foi o problema no SF-25, acrescentando que “vamos investigar”.
Hamilton tinha dito ao engenheiro Riccardo Adami via rádio no final da corrida: “Há algo de errado com este carro, companheiro. É o pior que já esteve.”
“Falta alguma coisa” – O veredito de Rosberg sobre o início de Hamilton na Ferrari
Com as esperanças da Ferrari de lutar por ambos os campeonatos mundiais a não se concretizarem rapidamente esta temporada, no meio da sua seca de títulos de 17 anos, Hamilton está em sexto lugar no Campeonato de Pilotos após nove corridas – 23 pontos atrás do seu colega de equipa Leclerc, que ficou em quinto e conquistou o seu segundo pódio consecutivo em Espanha.
O último sábado foi apenas a segunda vez em nove tentativas que Hamilton superou Leclerc na qualificação para um Grande Prémio, enquanto só venceu o monegasco uma vez numa corrida completa.
Rosberg, amigo de infância de Hamilton no karting que se tornou colega de equipa na Mercedes e, em última instância, um feroz rival pelo título, disse: “Tem sido um início difícil até agora, uma continuação da forma que teve no ano passado, que foi a primeira vez na sua carreira que teve uma quebra de forma durante toda a temporada.”
“George Russell bateu-o no ano passado, e Leclerc substituiu Russell, sempre um pouco à frente de Lewis, que ainda não encontrou o seu caminho.”
“Falta alguma coisa. Ele ainda não se conectou com o carro e ainda está um pouco na defensiva, mas o carro é difícil de controlar.”
“Os pontos fortes de Lewis nesta fase da sua carreira são o seu ritmo de corrida, que vimos em Imola, onde largou em 12º e terminou em quarto com um ritmo alucinante. Foi incrível de assistir.”
“Mas, ele tem 40 anos, e em algum momento, tudo se resume à velocidade de processamento nos nossos cérebros, o tempo de reação na qualificação.”
“Em algum momento, vais ficar ligeiramente mais lento, e isso acontecerá a Lewis mais cedo ou mais tarde.”
