O chefe da Ferrari, Frederic Vasseur, afirma que certos elementos da cobertura da mídia italiana “magoam” a sua equipa e contribuem para a impedir de conquistar campeonatos.
Após um início de temporada de 2025 bastante dececionante – no qual se esperava que a Ferrari lutasse por títulos depois de contratar Lewis Hamilton para fazer dupla com Charles Leclerc – notícias em Itália no início desta semana sugeriram que a posição de Vasseur estava sob ameaça.
Questionado sobre a especulação na sexta-feira, durante o Grande Prémio do Canadá, Vasseur disse que conseguia lidar com a situação pessoalmente, mas sugeriu que a especulação “desrespeitosa” e “muito dura” sobre outras pessoas que trabalham para ele na Ferrari estava a desestabilizar a equipa.
Vasseur declarou: “É uma parte da mídia italiana, não toda a mídia italiana. Não se trata de mim, porque isso eu consigo gerir, trata-se mais das pessoas da equipa. Usar os seus nomes assim é desrespeitoso para eles e para as suas famílias.”
“Não entendo o objetivo. Talvez seja para criar problemas à equipa. Neste caso, não vejo o sentido. Talvez para eles (publicações) seja a única forma de ter visibilidade. Esta é provavelmente a razão.”
“Mas ainda magoa a equipa. A certa altura, é uma falta de concentração. Quando se está a lutar pelo campeonato, cada detalhe faz a diferença.”
“Desde o início do fim de semana que só falamos disto. Se o objetivo deles é colocar a equipa nesta situação, atingiram-no.”
“Não é assim que podemos ganhar um campeonato, pelo menos não com este tipo de jornalistas à nossa volta.”
“Ser chefe de equipa, sabia quando aceitei o cargo que se está exposto. Isso é bastante fácil de gerir. É mais para as pessoas da equipa. Eles estão a trabalhar muito arduamente.”
“Decidir um dia `este vai ser substituído, este é inútil`. Honestamente, é muito duro. Estes jornalistas precisam de considerar que estas pessoas têm família. Isto é completamente desrespeitoso.”
`Não fizemos um bom trabalho`
A Ferrari tem estado, em geral, numa trajetória ascendente desde que Vasseur assumiu o cargo, substituindo Mattia Binotto no início de 2023. Na temporada passada, a equipa ficou atrás da McLaren na luta pelo título de construtores por apenas 14 pontos.
Um final forte de 2024, juntamente com a contratação de vulto do heptacampeão mundial Lewis Hamilton para fazer dupla com Leclerc, aumentou as esperanças de um primeiro triunfo no campeonato de construtores desde 2008, ou de um primeiro título de pilotos desde a vitória de Kimi Raikkonen em 2007.
Em vez disso, a Ferrari ainda não venceu um Grande Prémio esta época, enquanto Leclerc conseguiu os seus três pódios, deixando a equipa a lutar pelo segundo lugar com a Mercedes e a Red Bull.
Vasseur disse: “O objetivo inicial era lutar pelo campeonato. Mas acho que é verdade para nós, Mercedes, Red Bull e McLaren, estamos todos com esta mentalidade de lutar pelo campeonato no início da temporada.”
“Se compararmos com as expectativas, a McLaren deu um passo grande em relação a todos e nós não fizemos um bom trabalho da nossa parte nas primeiras corridas.”
Além das sugestões de que Vasseur está sob pressão, notícias de Itália também afirmavam que Leclerc está a considerar o seu futuro enquanto busca um primeiro título.
Vasseur declarou: “O Charles tem um contrato de longa duração connosco. Em cada entrevista desde o início da temporada, ele diz que quer ficar na Ferrari, que quer vencer com a Ferrari, que o seu futuro está na Ferrari.”
“Mas todas as segundas-feiras, temos um artigo a dizer `O Charles vai para o ano`.”
“A certa altura, não sei o que temos de fazer. Desculpe, não posso repetir as mesmas coisas todos os fins de semana. É o que é.”
“Agora com o Lewis e o Charles, acho que temos uma boa relação em conjunto. Temos um objetivo claro. Sabemos que temos de trabalhar e sabemos que temos de forçar.”
“O ambiente na equipa é muito bom. É o básico se queremos recuperar e vencer. Mas está tudo lá. Está tudo em cima da mesa para fazer um bom trabalho e em conjunto estamos a trabalhar bem.”
