O Al-Hilal da Arábia Saudita protagonizou a maior surpresa do Mundial de Clubes até agora esta segunda-feira, ao vencer o Manchester City por 4-3 após prolongamento. Foi uma vitória marcante para a última equipa na competição oriunda de fora da Europa ou América do Sul.
O City começou forte, com um golo de Bernardo Silva logo aos nove minutos. No entanto, o Al-Hilal teve as suas reservas quanto à validade do golo. Um grupo de jogadores de ambas as equipas estava perto da baliza quando a bola lhes chegou, e a bola essencialmente ressaltou em Ilkay Gundogan antes de cair para Silva, permitindo-lhe marcar de perto. Jogadores e equipa técnica do Al-Hilal protestaram por uma alegada mão na bola, mas após discussões acaloradas em campo, o golo foi validado.
A equipa inglesa continuou a dominar na primeira parte, impondo o seu jogo a um Al-Hilal mais focado na defesa, com nove remates, sete deles enquadrados com a baliza e 2.08 golos esperados (xG). No entanto, o guarda-redes do Al-Hilal, Yassine Bounou, estava à altura da tarefa e fez seis defesas antes do apito para o intervalo.
A história foi diferente na segunda parte, com o Al-Hilal a conseguir o empate logo no primeiro minuto após o recomeço, graças a Marcos Leonardo. Joao Cancelo cruzou a bola para a área, Ederson tocou nela inicialmente, mas a bola quicou até aterrar para Leonardo, cujo suave cabeceamento surpreendentemente superou o guarda-redes do City, apesar da falta de força na bola.
Seis minutos depois, o Al-Hilal adiantou-se no marcador pela primeira vez no jogo. Saíram em contra-ataque e Cancelo passou a bola para Malcom, que fez uma longa arrancada antes de rematar de longe para o fundo da baliza.
Essa vantagem durou pouco, com Erling Haaland a marcar o golo do empate para o City apenas três minutos depois. O City ganhou um canto e, embora a bola não tenha aterrado diretamente no caminho de Haaland, o internacional norueguês fez bem em seguir a bola apesar da confusão na área e acabou por marcar de perto.
Após terminar o tempo regulamentar empatados a 2-2, as coisas realmente ficaram intensas nos 30 minutos de prolongamento. O Al-Hilal marcou primeiro, com Kalidou Koulibaly a dar à sua equipa uma vantagem de 3-2 com um cabeceamento na sequência de um canto aos 94 minutos. A natureza de resposta e contra-resposta do jogo continuou com o golo do empate do City 10 minutos depois, cortesia do suplente Phil Foden, que conseguiu uma finalização calma após um cruzamento espetacular de Rayan Cherki para a área.
O último golo neste emocionante jogo de sete golos surgiu a oito minutos do apito final, com Leonardo a dar o toque decisivo na bola, mesmo que pareça ter sido acidental. O cabeceamento de Sergej Milinkovic-Savic foi defendido por Ederson, mas a bola voltou para o jogo e, mesmo a cair, Leonardo conseguiu o toque certo, enviando-a para lá de Ederson e diretamente para o fundo das redes.
O City dominou em termos de posse e ataque, com 30 remates contra 17 do Al-Hilal, colocando 14 à baliza e registando 4.21 golos esperados contra 3.16 do adversário. No entanto, foram superados por uma grande exibição de Bounou, que fez 11 defesas no total, bem como pelas suas próprias falhas defensivas. Isto significa que terminam oficialmente a época sem troféus pela primeira vez desde 2016, que foi a primeira campanha de Pep Guardiola no comando do clube.
Quanto ao Al-Hilal, este é um momento marcante para o futebol de clubes saudita, depois de o Fundo de Investimento Público ter investido milhares de milhões de dólares em vários clubes, contratando jogadores e treinadores de alto perfil. Embora as tentativas de contratar Cristiano Ronaldo e N`Golo Kanté a tempo do Mundial de Clubes não se tenham concretizado, contrataram o treinador Simone Inzaghi semanas antes do primeiro jogo na competição, que superou Guardiola dois anos depois de a sua equipa do Inter ter perdido com o City na final da Liga dos Campeões da UEFA.
O Al-Hilal jogará contra o Fluminense, outro vencedor surpresa esta segunda-feira, que derrotou o Inter por 2-0, nos quartos-de-final na sexta-feira em Orlando.
